Também conhecida como tromboflebite, a flebite em cães é uma ocorrência não tão comum, caracterizada pela inflamação de um vaso sanguíneo mais superficial.

Esse processo inflamatório tem como principal consequência a formação de um coágulo. E o maior problema é que esta inflamação começa localizada, mas depois se espalha cada vez mais pelo vaso.

De uma maneira simplificada, este processo inflamatório se assemelha de certa maneira a uma trombose venosa, que ocorre nas veias mais profundas.

Em alguns casos, a flebite até pode ter uma regressão espontânea, mas muitas vezes é necessário buscar por ajuda de um veterinário especialista.

A partir do momento do diagnóstico, é possível buscar por uma possibilidade de tratamento compatível com o problema e com o animal.

E para que o tutor possa ajudar ao seu pet, precisa entender exatamente o que é a flebite em cães e saber reconhecer os seus sinais.

Você encontra informações completas sobre isso nesse texto. Acompanhe!

O que é a flebite em cães?

dog doente

Cão com cara de doente – Foto: Freepik

De maneira bastante sucinta, a flebite é uma inflamação dos vasos sanguíneos, que pode acometer os mais superficiais ou os mais profundos.

Situações nas quais a inflamação acontece em tecidos mais profundos, geralmente envolvem uma infecção. No entanto, este tipo de manifestação é bem mais difícil de ocorrer.

A flebite superficial é a mais comum e, é caracterizada por uma inflamação que se desenvolve e, então leva à formação de coágulos.

Nas ocasiões nas quais a flebite acontece por conta da formação de um trombo na parte interna de um vaso, o problema é chamado de tromboflebite.

É bastante comum que a tromboflebite aconteça por conta da administração de algum tipo de medicamento por via intravenosa.

A tromboflebite é bastante comum em animais hospitalizados que estejam recebendo terapia por via intravenosa.

Isso pode acontecer sobretudo porque a agulha e o cateter provocam um pequeno trauma no vaso sanguíneo.

Isso, juntamente com a velocidade de infusão do medicamento e, do tipo de substância aplicada, pode haver uma intensificação do processo.

Entenda o que acontece quando um vaso é perfurado

Automedicação em cachorros

Aplicando injeção no cachorro – Foto: Freepik

Para entender o que leva a essa flebite por administração de medicamento por via intravenosa, você deve saber o processo que ocorre quando há perfuração e um vaso sanguíneo.

No caso de uma lesão, por menor que seja, o organismo inicia uma liberação de fibrina, que é uma proteína que garante que não aconteça nenhuma hemorragia que desestabilize o organismo.

No entanto, dependendo da lesão e da maneira como o organismo responde a ela, essa deposição de fibrina pode ser exagerada, favorecendo a formação dos coágulos.

Além disso, deve-se ter em mente que quando a pele é perfurada, algumas bactérias de superfície podem vir a contaminar o vaso.

Com isso, pode ocorrer uma infecção, que também leva à ocorrência de flebite. Inclusive, nesse caso as manifestações tendem a ser mais graves.

Vale considerar que essa inflamação de vasos, seja ou não causada pela administração de substancias por via intravenosa, pode ocorrer em qualquer local.

No entanto, justamente por serem regiões mais usadas para essa finalidade, é mais comum que a flebite ocorra no pescoço e nas patas.

Deve-se considerar ainda os fatores que favorecem o surgimento de uma possível inflamação deste tipo, que são: imunidade reduzida, doenças cardíacas, problemas renais e, também veias não tão saudáveis.

Manifestações clínicas

cachorro doente

Cachorro doente – Foto: Freepik

A flebite em cães é um problema que varia em gravidade, podendo ou não regredir sozinho, sem a influencia médica.

Mas se você deseja ajudar o seu animalzinho de estimação, precisa saber como reconhecer os principais sinais de flebite.

Sendo assim, veja a seguir quais são as manifestações clínicas mais relevantes.

Edema é o principal sinal de flebite em cães

De maneira bem direta e suscinta, você deve saber que o edema nada mais é que a inchaço dos tecidos quando ocorre um acúmulo de líquido intersticial.

Geralmente, quando isso ocorre, o líquido é composto predominantemente de água metabólica.

No entanto, dependendo do local e do metabolismo, pode haver também uma grande quantidade de proteínas e células.

Isso acontece mais comumente em casos nos quais haja uma infecção ou uma obstrução linfática.

O edema tem potencial para se desenvolver localmente ou se espalhar pelo corpo do animal. Costuma-se dizer que o edema é localizado quando ele se limita a um membro ou apenas uma parte dele.

Independentemente da extensão, um edema acontece basicamente quando muito liquido sai dos vasos ou, quando não há um retorno eficiente de líquido do interstício de volta para os vasos sanguíneos.

De maneira simplificada, isso pode acontecer em situações nas quais a pressão hidrostática aumenta ou quando a pressão oncótica fica diminuída.

No caso da flebite, como as paredes dos vasos ficam lesionadas e há um processo inflamatório em curso, todo esse fluxo de líquidos fica comprometido.

Eritema

A descrição mais simples de eritema é a presença de manchas avermelhadas na pele. A melhor maneira de diferenciar esse tipo de problema de outras doenças é pressionando a pele.

Isso porque tipicamente um eritema some quando a pele é pressionada e reaparece quando a pressão termina.

O eritema pode se concentrar primeiro em alguns poucos pontos do corpo e, posteriormente acaba se espalhando por todo o corpo do animal.

Junto com ele, é comum que surja coceira, dores no corpo, mal estar geral, aumento localizado da temperatura e, até mesmo uma febre não tão alta.

Aumento da temperatura local

Como a flebite em cães é caracterizada como uma inflamação, é esperado que este processo de desenvolvimento do problema leve a alterações locais.

Dessa forma, juntamente com o inchaço e a vermelhidão, é comum que a região afetada fique mais quente em relação ao restante do corpo do animal.

Flebite em cães – Dor

Todo processo inflamatório vai acabar fazendo com que o paciente sinta algum nível de dor. Mesmo que isso varie bastante, na flebite sempre vai deixar o animalzinho mais sensível e, a dor pode ser muito bem localizada ou, até mesmo se espalhar pelo corpo.

Enrijecimento do vaso

O enrijecimento dos vasos sanguíneos é conhecido como arteriosclerose e, acontece quando o corpo passa por um processo de envelhecimento ou, quando há algum problema secundário.

No caso do envelhecimento, quanto mais tempo passa, mais substancias vão se depositando nos vasos. Isso diminui a flexibilidade e causa estreitamento.

No caso da flebite, é praticamente a mesma coisa, mas o estreitamento é provocado pela deposição de substâncias provenientes do processo inflamatório em si.

Com isso, os vasos sanguíneos tornam-se rígidos, dificultando a passagem do sangue por eles.

Causas da flebite em cães

Flebite em cães

Cão doente – Foto: Freepik

As causas da flebite em cães não são conhecidas especificamente, apesar de se saber que algumas questões contribuem para o surgimento do problema.

Não existem indícios de que raça, gênero ou idade propicie o aparecimento da doença. Mas de qualquer maneira, é sabido que animais internados que recebem medicação intravenosa são mais suscetíveis.

Além disso, é sabido que os animais muito novinhos ou muito idosos possuem risco maior porque os sistemas do organismo ainda não se encontram em perfeito funcionamento.

Existem ainda outras questões que se sabe que são fatores de risco para o desenvolvimento da flebite em cães. São eles:

  • Obesidade;
  • Falta de Mobilidade;
  • Veias com qualidade ruim;
  • Problemas imunológicos;
  • Doenças cardíacas e renais;

Apesar de tudo isso, a flebite em cães surge geralmente após o uso de cateter intravenoso. Isso pode ocorrer por conta da má qualidade do próprio cateter ou, ainda por conta da falta de cuidados.

Isso pode provocar uma colonização bacteriana no local, que leva a uma infecção do cão. Esses cateteres são bastante comuns em cirurgias, situações de emergência e para tratar vítimas de trauma.

Diagnóstico

Flebite em cães

Cachorro no veterinário – Foto: Freepik

Quando se tem uma suspeita de flebite em cães, deve-se partir imediatamente para uma avaliação com o médico veterinário.

Somente o profissional poderá realizar o procedimento diagnóstico adequadamente, certificando-se de que se trata mesmo de flebite.

Uma das formas mais simples e baratas de se realizar o diagnostico nesse caso é por meio so teste Doppler.

Isso porque este exame mostra o fluxo sanguíneo dentro dos vasos do animal, revelando caso exista alguma irregularidade.

Caso se desconfie de problemas sistêmicos, como é o caso de inflamações ou infecções mais espalhadas, é possível fazer culturas sanguíneas, por exemplo.

Ademais, pode-se investir em técnicas diagnósticas diversas, que incluem raio-X e, até mesmo uma análise detalhada da urina.

Tudo vai depender da situação, das características do animal e, dos exames disponíveis no momento.

Como é feito o tratamento da flebite em cães?

Flebite em cães

Cão tomando remédio – Foto: Freepik

Antes de mais nada, deve-se dizer que existem vários graus diferentes de flebite e, por isso, o tratamento depende diretamente de cada caso em específico.

Em casos em que há suspeita de infecção, por exemplo, o tratamento é feito utilizando-se antibiótico.

Ademais, deve-se escolher o antibiótico mais adequado em cada caso, considerando-se inclusive a localização da infecção.

É necessário também procurar estabelecer quais são os microrganismos que estão causando o problema, de modo a eliminá-los de maneira bem mais direta e efetiva.

Existem ainda outros grupos de medicamentos que visam auxiliar os animais a ficarem mais confortáveis e passarem pela inflamação sem muitos problemas.

Fora isso, não há muito o que se fazer visto que a flebite em cães é uma doença que acomete a parte interna dos vasos sanguíneos.

Por sorte, os casos mais leves da doença regridem sozinhos, sem que haja necessidade de um tratamento mais específico ou complexo.

Prevenção

A flebite em cães é relativamente comum em animais internados que utilizem terapia intravenosa.

Sendo assim, a melhor maneira de prevenir que isso aconteça é ter cuidados de higiene muito intensos com os animais, evitando problemas como a flebite e tromboflebite.

Nos casos de internação prolongada, é necessário cuidar muito bem do animalzinho, observando sempre o local do cateter.

Posteriormente, enquanto o animalzinho se recupera em casa, ele ainda deve ser monitorado, evitando assim que uma inflamação ou infecção evolua muito.

Detectar qualquer sinal de problema é o primeiro passo para se iniciar um tratamento precoce e ter maiores chances de sucesso.

Quando se utiliza um cateter, é fundamental observa atentamente o local e, também fazer a higienização frequente da área.

As bandagens também devem ser substituídas com uma frequência determinada, evitando assim o desenvolvimento de infecções.

Quanto maior for o tempo de internação e, quanto mais o paciente estiver debilitado, mais é preciso ter cuidado específico com a flebite.

Diferença entre Embolia, Flebite e Trombose

São muitas as patologias existentes na medicina veterinária e, por isso, é preciso saber como diferenciar umas das outras. Por isso, aqui falaremos sobre três delas:

Flebite em cães – Embolia

Como o próprio nome sugere, esta é a doença que provoca a diminuição do fluxo de sangue no organismo por conta da formação de um êmbolo que não deveria estar na corrente sanguínea.

Isso acontece por conta de um coágulo de sangue, um glóbulo de gordura a partir de uma lesão por esmagamento, ou uma bolha de gás.

Se ocorrer a obstrução de uma artéria da parte craniana, pode haver um acidente vascular cerebral.

A embolia pulmonar, por sua vez, provoca dificuldades para respirar, dor no peito e morte de partes do tecido.

E quando a embolia acontece as artérias coronárias, levam a uma morte do tecido cardíaco, provocando um ataque cardíaco.

Flebite

É a inflamação da parede dos vasos, deixando a área sobre a veia é doloroso, inchado, vermelho e quente.

Geralmente há rápida reversão do quadro e, em alguns casos é preciso usar anticoagulantes para se evitar um problema mais profundo e grave.

Flebite em cães – Trombose

A trombose é a condição na qual se forma um coágulo sanguíneo (trombo), seja no coração ou em um vaso sanguíneo.

Muitas vezes, trombos mais profundos surgem após cirurgias. E o problema é que esses trombos bloqueiam o sangue em alguns locais e, quando se rompem, podem provocar problemas em outros locais (embolia).

Isso costuma levar o individuo a morte quando a embolia vai ao pulmão, cérebro ou coração.

Se a embolia viaja para o pulmão, cérebro, coração ou, geralmente é fatal.

Conclusão

A flebite em cães é uma condição relativamente comum, na qual o animal tem uma inflamação nos vasos sanguíneos.

Isso ocorre principalmente quando os animais recebem soluções e medicamentos intravenosos por meio de cateter.

No entanto, pode acontecer com qualquer cachorro, independentemente da idade, sexo e das condições de saúde.

Agora que você já sabe o que é a flebite em cães, poderá ajudar o seu animalzinho caso ele tenha o problema.